Este documento é o livro oficial de "Correspondências da Intendência de Uruguaiana" , abrangendo o período crucial de 1890 a 1891. Os registros marcam a transição do Império para a República, iniciando com os ofícios da "Commissão Directiva" , datados de 1º de janeiro de 1890 , que comunicam às autoridades locais (Comando da Guarnição, Juiz de Direito, etc.) a assunção dos negócios do município por ordem do novo governador do Estado.

O livro detalha a intensa atividade administrativa do novo governo. Uma das principais preocupações é a reestruturação do quadro de funcionários, com numerosas "Portarias" (decretos) exonerando antigos empregados e nomeando novos para cargos-chave, como Fiscal, Procurador e Zelador do Cemitério.

Uma questão central é a reabertura de estradas públicas. A Intendência envia várias intimações a proprietários de terras que bloquearam ilegalmente as estradas com cercas de arame. As correspondências mostram que a Intendência foi autorizada pelo governador a usar "providencias de caracter administrativo" e até "força publica" para garantir o trânsito.

A saúde pública é outro tema urgente. O livro documenta a luta contra uma epidemia de "febres typhicas" (febre tifoide) , atribuída às "emanações do cemiterio" devido à pouca profundidade das sepulturas . Também há ofícios solicitando "lympha vaccinica" para combater um surto de varíola.

Grande parte da correspondência trata da organização das eleições para o Congresso do Estado , detalhando a nomeação de mesários e a distribuição de urnas e material eleitoral.

Finalmente, o documento contém uma longa representação ao Chefe do Governo Provisório, Marechal Deodoro da Fonseca , solicitando a indenização dos prejuízos sofridos pelos habitantes de Uruguaiana durante a invasão paraguaia de 1865.